Juiz Garaufis nega caução a Chang por recear que fuja para Missão de Moçambique  em Nova Iorque

O antigo ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, viu rejeitado o seu pedido para pagar uma caução de um milhão de dólares norte-americanos, por o juiz do tribunal de Brooklyn, Nicholas Garaufis, recear que o acusado fuja para a Missão de Moçambique nas Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.

Extraditado na semana passada da África do Sul para os Estados Unidos, Chang enfrenta acusações de fraude electrónica e de valores mobiliários e lavagem de dinheiro.

Perante aquela instância de direito, ele declarou-se inocente das acusações e ofereceu pagar uma caução de um milhão de dólares.

Mas o magistrado, concordando com os promotores, negou o pedido, por considerar o acusado de ser um homem com um potencial de poder evadir-se para a Missão de Moçambique da ONU, pais com que os Estados Unidos não têm acordo de extradição.

O diário sul-africano Maverick escreve que o antigo governante esperava que fosse posto em liberdade, sobretudo depois de mais quatro anos numa prisão na vizinha África do Sul.

“As evidências relativas à sua culpa são fortes”, declarou Garaufis, que depois ordenou-o a ficar na prisão.

Por se declarar inocente neste caso, tudo indica haver poucas possibilidades para uma negociação penal.

Contudo, os advogados norte-americanos de Chang esperam que o tribunal não atire o caso contra o seu constituinte, sob o pretexto de que esteve detido por muito tempo na África do Sul.      

Adam Ford, advogado de defesa do ex-ministro das Finanças, disse que o atraso do processo prejudicou Chang ter um julgamento justo. Argumentou que Chang “esteve detido em condições terríveis, incluindo isolamento solitário. Teve contactos limitados com a sua própria família ”.

“O governo sul-africano não reuniu condições médicas. Foi ferido no joelho, mas nunca recebeu uma terapia física. Ainda mais, as autoridades sul-africanas não providenciaram uma dieta baixa em sódio, mesmo sabendo que sofre de alta tensão”.

Ford sustentou que os pedidos de extradição de Chang para os Estados Unidos e Moçambique ‘’envolveram-no num labirinto administrativo e procedimentos judiciais que nunca mais acabavam”.

Disse acreditar que ele será absolvido de todas as acusações, tal como aconteceu com Jean Boustani, em Dezembro de 3019, depois de declarar que não teve qualquer papel na preparação dos empréstimos para os investidores.

Ford falou também de Chang se ter sujeitado à ansiedade prolongada, especialmente por causa do mau tratamento prisional.

Por outro lado, acusou as autoridades norte-americanas de terem deliberadamente escolhido a África do Sul como lugar ideal para deter Chang quando muito bem sabiam da sobrecarga e morosidade do sistema judicial sul-africano.

Imbondeiro news

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