Rogério Martins de Brito dá nota positiva actuação das forças especiais moçambicanas

 Rogério Martins de Brito dá nota positiva actuação das forças especiais moçambicanas

Comodoro Brito

O comandante da ‘’Missão de Treino da União Europeia em Moçambique’’ (EUTM – em inglês), Rogério Martins de Brito, dá uma nota positiva às forças especiais moçambicanas treinadas por aquele bloco europeu, para o combate ao terrorismo na província nortenha de Cabo Delgado, por registarem uma prestação “extremamente positiva”, apesar de “alguns pequenos insucessos”.

Estava avaliação foi avançada, quarta-feira em Maputo, numa palestra subordinada ao tema “Contributo da Missão de Treino da União Europeia para a Defesa e Segurança de Moçambique”, promovida pelo Centro de Análise Estratégica da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Rogério Martins de Brito afirmou que “a informação neste momento é extremamente positiva, é diferenciadora, é de, facto, remuneradora para aquilo que é o esforço geral das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) em Cabo Delgado”.

Disse que treinados para serem forças de reacção rápida (QRF, na sigla inglesa) e adaptados aos desafios impostos pelo terrorismo em Cabo Delgado, os elementos destas unidades estão dotados de características especiais, como elevada mobilidade, prontidão, flexibilidade, interoperabilidade e capacidades de comando e controlo.

Ele revelou que o balanço da actuação das QRF na província tem estado a ser feito junto da EUTM pelo comando das Forças Armadas de Defesa de Moçambique e pelas missões militares da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Rwanda, que também combatem os terroristas na região.

A dado momento, ele alertou que a “erradicação do terrorismo” não será conseguida apenas com o recurso às QRF, por este tipo de dispositivo estar talhado para “operações cirúrgicas” e não actua como forças regulares, que estão preparadas para a ocupação de território e patrulhamento de rotina.

Destacou ainda que as forças especiais moçambicanas estão envolvidas em acções ofensivas contra os insurgentes, num quadro de actuação conjunta com as forças regulares moçambicanas, da SADC e do Rwanda.

“Desde que cheguei, para chefiar a missão, há dez meses, vejo claras melhorias na coordenação, comando, comunicação, mobilidade e interoperabilidade”, precisou.

A EUTM, com um mandato de dois anos, desde Setembro de 2022, vai avaliar, até ao final deste ano, com as autoridades moçambicanas o futuro da sua presença no país.

Até aqui foram formados pelo menos 60 instrutores moçambicanos, que vão continuar o treino de forças especiais.

A EUTM tem também fornecido equipamento de combate aos membros dessas unidades, ultrapassando já 80 milhões de euros o valor do apoio material prestado.

Rogério Martins de Brito defendeu para uma maior coordenação e presença de organizações da sociedade civil, agências de apoio humanitário e entidades governamentais em Cabo Delgado, com vista a garantir a promoção de acções de desenvolvimento, tendo em conta que a resposta militar não é suficiente para a erradicação do extremismo violento na província.

“Não há segurança sem desenvolvimento e não há desenvolvimento sem segurança”, frisou.

Explicou que o treino de forças especiais moçambicanas, no âmbito da EUTM, irá incorporar valores defendidos pela UE, nomeadamente defesa dos direitos humanos, direito internacional humanitário, não discriminação, protecção das crianças, idosos e mulheres, bem como o combate à violência baseada no género.

Entretanto, o mandato da EUTM prevê a formação de 11 unidades de QRF moçambicanas, sendo que cada uma tem uma composição equivalente a uma companhia militar.

A missão é constituída por um contingente de 117 pessoas, 65 das quais de Portugal, país que também assume o comando da EUTM durante os dois anos de mandato.

Imbondeiro News

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