Arábia Saudita envida esforços de mediação ao conflito na Ucrânia

No seu segundo e último dia, a cidade saudita de Jeddah, está a acolher uma reunião de conselheiros de segurança nacional e internacional de pelo menos 40 países, no âmbito dos esforços envidados pela Arábia Saudita para uma solução da guerra na Ucrânia.
A agência francesa de notícias AFP escreve que muitos dos presentes vêm de países ocidentais e também representantes da África do Sul, Brasil, China e Índia, entre outras potências.
A reunião, segundo avança a agência noticiosa saudita SPA, o encontro, que arrancou sábado, insere-se”nas iniciativas e esforços humanitários do príncipe herdeiro, Mohamed Bin Salman“, e dos contactos que ele estabeleceu “com as autoridades russas e ucranianas, desde os primeiros dias da crise”, em Fevereiro de 2022.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, referiu que a reunião de Jeddah deverá permitir a realização de uma verdadeira cimeira para possíveis negociações de paz, no seu país.
Recorde-se, no entanto, que Zelensky apresentou, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Setembro de 2022, um plano que, entre outros, prevê a restituição total da integridade territorial da Ucrânia, incluindo a Crimeia, bem como a retirada das tropas russas.
A Rússia, que não admite cedências ao território já anexado, condenou a reunião de Jeddah, por classificá-la de tentativa ocidental visando criar um bloco anti-Moscovo.
Entretanto, desde que o conflito eclodiu, a comunidade internacional está desde sábado a assistir à primeira grande mobilização global para a busca de um ponto final na guerra ucraniana.
Apesar de os olhos da comunidade internazcionasl se voltarem a cidade de Jeddah, o encontro não vai sair com um acordo de paz, uma vez quem a Rússia não foi convidada a participar.
Pretende apenas buscar pontos que podem constar de uma lista de propostas para o fim do conflito, naquele país.
A CNN revela que alguns dos presentes, são de países que participam dos esforços de guerra, em apoio aos ucranianos, como a União Europeia, Reino Unido da Grã-Bretanha e Estados Unidos da América.
Contudo, independentemente dos seus resultados, a imprensa saudita avalia que a principal conquista deste evento foi arregimentar potências emergentes, que se mantiveram neutros em relação ao conflito, como África do Sul, Brasil, Índia, Indonésia e Turquia.
A China, representada nesta reunião pelo Enviado Especial para Assuntos da Euroásia, Li Hui, anunciou a sua disposição em trabalhar com a comunidade internacional, de modo a continuar a desempenhar o seu papel construtivo para uma solução política crise ucraniana.
Um comunicado do porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, considerou a participação do seu país neste encontro como sendo crucial para o avanço das negociações, por ser muito próximo à Rússia.
Não só, como também por a China ser hoje uma grande potência económica e militar, a altura de fazer face aos países ocidentais, como Estados Unidos e nações europeias.
Entretanto, para se realizar esta reunião foram necessários vários passos preliminares, nomeadamente a realização, em Junho último em Copenhague, capital na Dinamarca, de um encontro, mas a ausência da China, quase esvaziou o seu conteúdo.
Uma outra iniciativa foi movida por nações africanas, lideradas pela África do Sul, que se reuniu, em separado, com os Presidentes russo, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
Embora os líderes africanos tenham voltado de mãos vazias, Moscovo admitiu, há dias, que os pontos propostos podem ser aproveitados para futuras negociações e que parte destes, podem ser debatidos em Jeddah.
Paralelamente a isso, as nações que se mantiveram neutras desde o início do conflito, manifestaram a sua preocupação com a crise no preço dos grãos causado pelo conflito e que tem estado a afectar sobremaneira as nações mais pobres, incluindo Moçambique.
Imbondeiro News
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