Polícia zimbabweana detem 39 observadores eleitorais

A polícia zimbabweana acaba de revelar a detenção, na noite da última quarta-feira, 39 observadores eleitorais, membros de duas organizações cívicas que trabalham nas eleições presidenciais e legislativas, convocadas no dia 23 deste mês, neste país vizinho de Moçambique.
A imprensa zimbabweana refere que a votação, marcada por grandes atrasos nas assembleias de voto e acusações de fraude por parte da oposição, a polícia fez uma rusga num hotel, no centro de Harare, a capital, onde acabou por deter 39 pessoas e apreendeu computadores e telemóveis.
O porta-voz da polícia, Paul Nyathi, citado pela televisão estatal zimbabweana, disse que ‘’estas pessoas estavam a coordenar a publicação de alegados resultados eleitorais por certas organizações cívicas’’.
Nyathi explicou que os detidos pertencem a duas grandes organizações pró-democracia, nomeadamente a Rede Zimbabweana de Apoio às Eleições (ZESN, na sigla inglesa) e o Centro de Recursos para as Eleições (ERC, também em inglês), ambas a realizarem contagens de votos paralelas.
Charles Kwaramba, porta-voz da Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC, em inglês), o principal partido da oposição, afirmou à AFP que ‘’não pode haver sinal mais claro do profundo pânico do partido no poder’’.
Kwaramba considerou a rusga policial como ‘’uma extensão extrema’’ do comportamento do governo, nos dias que antecederam as eleições, quando alguns órgão de comunicação social, activistas e observadores foram impedidos de entrar no país.
Entretanto, devido a atrasos verificados no dia da votação, o Presidente zimbabweano, Emmerson Mnangagwa, decidiu prorrogar a votação por mais um dia.
Imbondeiro News
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