Nyusi diz que Moçambique pretende cooperar com BRICS e aceder ao banco da organização

O Presidente da República, Filipe Nyusi, anunciou, quinta-feira em Joanesburgo, na África do Sul, que Moçambique pretende cooperar com os países do grupo BRICS e aceder aos fundos do banco deste bloco económico.
Intervindo, como convidado, na 15ª cimeira da organização, Nyusi disse que ‘’saudamos o facto de privilegiar a componente de financiamento de infra-estruturas económicas e sociais, destacando a construção de estradas e pontes, escolas, hospitais, barragens e outros sistemas de retenção e gestão da água, entre outras’’.
O estadista moçambicano enfatizou que o Novo Banco de Desenvolvimento do grupo BRICS ‘’deverá reduzir o défice de infra-estruturas no continente africano, infra-estruturas bastante importantes no impulso do progresso económico, o que poderá criar o bem-estar para os moçambicanos’’.
Nyusi participou na iniciativa ‘’Diálogo BRICS Plus’’ e ‘’BRICS Outreach’’, como parte dos trabalhos da magna reunião da organização, composta por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Destacou que ‘’ao associar-se a estes diálogos, Moçambique fá-lo com a convicção de que os BRICS podem constituir mais uma forma de destaque para compartilhar interesses e esforços, através de acções concretas, proporcionando benefícios mútuos num ambiente de complementaridade e solidariedade que caracteriza o Sul Global, em diversas questões de interesses estruturantes dos nossos Estados’’.
Considerou igualmente que ‘’a iniciativa de cooperação dos BRICS com países não membros, como Moçambique, aliada à sua expansão, configura uma mais-valia para a materialização das iniciativas africanas’’ para o desenvolvimento.
Nyusi reconheceu, por outro lado, que estes desenvolvimentos só serão possíveis com a paz e estabilidade, combate ao terrorismo, pirataria marítima no continente africano e no mundo, através de fóruns multilaterais, com a participação dos países menos desenvolvidos, mediante ditames da lei internacional e sem influências de rivalidades geopolíticas.
Defendeu a adopção de ‘’uma transição energética justa, que permita a capitalização do potencial económico dos países africanos com recursos energéticos em desenvolvimento que jogam um papel fundamental na segurança energética global nas próximas décadas’’.
Mencionou como sendo factor de extrema importância ‘’a industrialização por via da consolidação de cadeias de valor regionais de diversos produtos’’, com vista ‘’a edificação de infra-estruturas que liguem o continente africano para potenciar a zona de comércio livre continental’’.
O Presidente Nyusi referiu-se ao ‘’processamento de produtos agrícolas e minerais estratégicos nos nossos países, combinando recursos de vários países para ganhos de economia, de economias de escala e acesso a energia em condições viáveis, onde Moçambique deverá desempenhar um papel importante face ao potencial da sua matriz energética e localização geográfica estratégica’’.
Imbondeiro News
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