Cerca de sete mil empregos em risco de serem perdidos na indústria mineira sul-africana  

Categoria: Negócios

Devido ao agravamento dos custos operacionais de produção, a indústria mineira sul-africana espera perder pelo menos sete mil postos de trabalho, o que vai afectar a milhares de moçambicanos.

O Conselho de Minérios sul-africano avisa que a situação se deve mais à redução da disponibilidade de electricidade, severas restrições na logística de transporte ferroviário e atrasos operacionais nos portos marítimos, agravados pela queda global nos preços do carvão e dos metais do grupo da platina (PMG, em inglês).

Allan Seccombe, porta-voz desta entidade, afirma que “não posso destacar as mineradoras, mas houve empresas que fizeram anúncios, nos últimos três meses do ano passado”, sobre a situação.

Citado pela Lusa, Seccombe avança que “devo sublinhar que o Conselho de Minérios afirmou que haveria cortes de quatro mil a sete mil postos de trabalho”, milhares dos quais ocupados por moçambicanos.

As principais empresas do sector que anunciaram a pretensão de rever custos constam a Anglo American, a Sibanye Stillwater, maior empregador na indústria de mineração e a Impala Platinum.

Em 2023, os preços da platina e do carvão caíram em 40 por cento e 55 por cento, respectivamente, devido à fraca procura na China, o que representou 90 por cento da produção mineira do pais vizinho, um dos maiores produtores mundiais.

Além disso, o sector debateu-se com a queda da receita global de exportação de minério em mais de 11 por cento, isto em termos anuais nos primeiros 11 meses de 2023, em resultado dos constrangimentos operacionais internos.

De acordo com a fonte, os metais de platina e o carvão, sectores considerados mais significativos em termos da venda de minerais, “demonstraram o impacto negativo do que as empresas da produção e distribuição de energia Eskom e Transnet, esta última responsável pelos portos e caminhos-de-ferro, que tiveram na venda de mineração e no desempenho da produção”, além da queda de preços.

Refere que “as vendas de PGM geraram cerca de 199 mil milhões de rands, em 2023, correspondente a um declínio de 33,3 por cento em relação ao ano anterior e a produção caiu 11 por cento, para 239,9 toneladas”.

Quanto ao sector do carvão, o declínio deveu-se mais ao facto de os produtores passarem “a depender mais do transporte rodoviário para transportar o carvão para os portos, incluindo o moçambicano de Maputo”, o que segundo Seccombe, acarretou custos ‘superiores’ comparativamente à ferrovia.

Diz anda que “a venda global de carvão, de 192,2 mil milhões de rands, representou menos 22 por cento do que no ano anterior. A produção total manteve-se estável em 228,5 milhões de toneladas, sendo a Eskom o maior utilizador individual da produção doméstica de carvão”.

O transporte rodoviário de carvão foi o meio mais utilizado em 2023 para transportar até 26 milhões de toneladas de carvão para vários portos, apesar desta não ser a opção preferida, devido aos danos das estradas, congestionamento, acidentes, aumento dos níveis de poluição e às perturbações para as comunidades nas rotas entre as minas e os portos.

Em 2023, a indústria mineira sul-africana assumiu 477 mil trabalhadores, incluindo milhares de moçambicanos.

Imbondeiro News

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