Economia sul-africana perde milhões de randes anuais devido a actividades ilícitas

A economia da África do Sul é tida como estando em “derrapagem” por estar a perder anualmente milhões de randes, devido a actividades ilícitas, como a mineração ilegal, negócios de produtos falsificados, tráfico de vida selvagem, contrabando de combustível, álcool e tabaco ilícitos.
Estas constatações aparecem mencionadas num novo relatório sobre o “Crime Organizado, Corrupção e Negócio Ilegal,” publicado recentemente pela Transnational Alliance to Combat Illicit Trade (TRACIT).
O documento, que foi publicado em parceria com a Business Unity South Africa (Busa), espelha até que ponto o negócio ilegal está a ameaçar a estabilidade económica deste país vizinho de Moçambique.
A TRACIT afirma, no entanto, que a África do Sul está a enfrentar grandes desafios no que se refere ao combate do negócio ilícito de álcool, cigarros, pesca, mineração, produtos electrónicos falsificados, fármacos, comida e aparelhos.
O director dos programas da TRACIT, Esteban Giudici, afirma, citando o Forum Económico Mundial, que o problema é tão preocupante, por estar a representar um risco para o crescimento da economia sul-africana.
Giudici, citado pelo jornal sul-africano Business Report, aponta haver falta de uma lei que seja capaz de combater, de forma efectiva, o problema.
“Temos casos de corrupção que facilitam a proliferação do negócio ilegal. Não usamos recursos necessários para combater esse flagelo, que nem sequer é dado alguma prioridade,” de acordo com Giudici, acrescentando que “não tratamos este problema como sendo um fenómeno que afecta a vida de todos os sul-africanos.”
Giudici revelou, a dado momento, que, após a criação de uma nova autoridade de combate a importação de produtos falsificados, o governo conseguiu recuperar 8,2 mil milhões de randes em receitas de actividades criminosas e ilícitas, no ano económico de 2021-2022.
De acordo com o mesmo relatório, a mineração ilegal lesa o Estado e companhias que anualmente perdem biliões de randes por despesas de produção e segurança.
O documento realça que sindicatos de crime organizado gerem negócios ilícitos, através de imigrantes ilegais que importam produtos falsificados, sobretudo na cidade de Joanesburgo, o centro económico sul-africano.
O relatório mostra que os Serviços de Recolha de Receitas (SARS – na sigla inglesa) perdem anualmente 11 mil milhões de randes, apenas por conta do negócio ilícito de álcool, no país.
A África do Sul é considerada como sendo o potencial mercado de cigarros falsificados no mundo, com os fabricantes locais a serem acusados de evasão ao fisco, para além de haver sindicatos que contrabandeiam tabaco ilícito.
O negócio ilegal de tabaco financia actividades criminosas, como o tráfico humano e terrorismo, na região, de acordo com a multinacional da produção de tabaco Philip Morris South Africa.
O Business Reporta revela que por não haver um controlo rigoroso na lavagem de dinheiro, a Acção Financeira contra Lavagem de Dinheiro e Financiamento ao Terrorismo (FATF- em inglês) acabou por colocar a África do Sul na lista cinzenta de paraísos fiscais.
Imbondeiro News.
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