Guterres defende reforma do Conselho de Segurança da ONU, FMI e Banco Mundial

 Guterres defende reforma do Conselho de Segurança da ONU, FMI e Banco Mundial

Berlin, Germany – November 04: Antonio Guterres, High Commissioner for Refugees of UNHCR, attends a press conference in german foreign office on November 04, 2015 in Berlin, Germany. (Photo by Michael Gottschalk/Photothek via Getty Images)

Com vista a responder à realidade do mundo actual, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defende a realização de reformas do Conselho de Segurança da ONU, Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Mundial, para transformar as relações de poder entre os países.

Intervindo na cimeira do G-7, que integra sete nações com mais da metade da riqueza líquida do mundo, Guterres disse que “no quadro da economia e finanças globais, existe uma distorção injusta e sistemática a favor dos países ricos, o que tem gerado frustração no mundo em vias de desenvolvimento.”

Assim, apontou haver necessidade de se introduzir reforma do Conselho de Segurança da ONU e das duas grandes instituições internacionais resultantes do acordo de Bretton Woods em 1945, nomeadamente o FMI e Banco Mundial, para transformar de vez as relações de poder, financeiras morais que afundaram os países em vias de desenvolvimento a golpes de endividamento.

Guterres considerou que os planos de recuperação da pandemia de Covid-19 são um exemplo claro da enorme diferença que separa estes dois tipos de países.

Os países do G7, com uma população total de 772 milhões de pessoas, receberam do FMI 280 mil milhões de dólares, enquanto todo o continente africano, apesar de contar com uma população de 1.300 milhões de pessoas, teve apenas 34 mil milhões de dólares.

Na perspectiva de Guterres, esta diferença representa um fracasso moral “por muito que tenham seguido as regras a esse respeito”, por isso entende “haver algo de fundamentalmente errado com os próprios regulamentos”.

Explicou que toda esta situação decorre das relações de poder estabelecidas após a segunda guerra mundial, através do sistema de Bretton Woods e do Conselho de Segurança da ONU.

Sustentou que uma vez que a arquitectura financeira global está hoje desactualizada, disfuncional e injusta, “é hora de reformar o Conselho de Segurança da ONU e as instituições de Bretton Woods para redistribuir o poder, de acordo com a realidade do mundo de hoje”.

Imbondeiro News

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