Petrolíferas preveêm bónus para militares moçambicanos instalados em Cabo Delgado

 Petrolíferas preveêm bónus para militares moçambicanos instalados em Cabo Delgado

O consórcio Mozambique LNG vai estabelecer uma fundação específica, na ordem de 200 milhões de dólares norte-americanos (mais de 126 mil milhões de meticais), com vista a garantir a implementação de um programa de desenvolvimento socioeconómico da província de Cabo Delgado.

Ainda no mesmo contexto, um memorando de entendimento entre os consórcios de petrolíferas e governo moçambicano também prevê um bónus para os militares que protegem os projectos, mas desde que não violem os direitos humanos na região.

A medida surge na sequência de recomendações feitas, há dias, por Christophe Rufin, consultor contratado pela Total Energies, para avaliar a situação humanitária na província.             

A Lusa, citando um relatório elaborado por Christophe Rufin, refere que “será pago um bónus individual, em função das patentes, na condição de que qualquer violação dos direitos humanos por militares moçambicanos vai implicar a sua retirada”.

O relatório explica que uma ligação permanente entre Mozambique LNG e o Exército moçambicano pode “tomar o projecto parte do conflito armado, sendo esta a razão de o relatório recomendar para a renegociação de um memorando de entendimento, assumindo as novas condições da zona”.

O documento defende, no entanto, que o memorando de entendimento, que prevê aquele mecanismo e outros apoios aos militares, seja revisto e que “qualquer ligação direta entre o consórcio e o Exército deve ser cortada”.

Christophe Rufin e Ingrid Glowacki, que assinam o relatório, justificam as razões do bónus e outros apoios através do referido memorando, como sendo uma forma de contribuir para a manutenção de destacamento do Exército moçambicano, por nenhuma força estrangeira estar a operar nestas áreas.

O relatório realça, por outro lado, que “mal equipadas, desprotegidas e sem abastecimento, as tropas moçambicanas estavam, na altura, vulneráveis”, e aliando-se ao facto dos “baixos salários, poderiam encorajar abusos contra a população civil”.

Lembra, entretanto, que a relação das petrolíferas com os militares moçambicanos começou aquando dos trabalhos pioneiros com a corporação petrolífera norte-americana Anadarko, que depois vendeu o seu negócio aa Total.

As tropas moçambicanas instaladas neste momento na região incluem 600 homens, dos quais 10 por cento de fuzileiros.

Sustenta-se que os militares já têm melhores condições de apoio e logística e “o destacamento do Exército ruandês reorientou e reduziu o papel das Forças Armadas moçambicanas, restabelecendo melhores condições de segurança.”

Imbondeiro News

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