Cortes para programas de HIV/Aids podem levar a morte de quatro milhões de pessoas até 2030

Categoria: Saúde
A Organização das Nações Unidas (ONU) alertou, hoje, em Joanesburgo, na África do Sul, que poderão registar-se seis milhões de novas infecções por VIH e quatro milhões de mortes adicionais relacionadas com a doença, até 2030, caso persistirem os cortes nos fundos dos Estados Unidos da América.
Num relatório, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Sida (ONUSIDA) revelou que as suas projecções apontam para esse cenário, no caso de uma “interrupção permanente” do Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para o Alívio da Sida (PEPFAR), que previa cerca de 4,3 mil milhões de dólares de “apoio bilateral” para este ano.
Os programas contra o VIH, de acordo com o documento, enfrentam “reduções drásticas e repentinas no financiamento da resposta global ao VIH anunciadas pelo Governo dos Estados Unidos, no início de 2025”.
O relatório espelha uma realidade sombria sobre a doença, devido à redução repentina de financiamento que está já a provocar colapso de serviços e demissão de profissionais, ilustrando que em Moçambique mais de30 mil trabalhadores foram afectados.
O documento sublinha que esses países, onde mais de 60 por cento das despesas com a doença dependem do Pepfar, enfrentam risco de interrupção imediata dos serviços, caso o apoio do governo dos Estados Unidos diminua ou pare definitivamente.
O Unaids alertou que é difícil para os países como Moçambique repor instantaneamente o financiamento em um momento em que estão sobrecarregados com altos pagamentos de dívidas e enfrentando um crescimento económico lento.
Cerca de 25 dos 60 países de baixa e média rendas, incluídos no relatório, indicaram aumentos nos orçamentos domésticos para suas respostas ao HIV/Aids em 2026.
Refere que mesmo antes dos cortes e interrupções deste ano, 9,2 milhões de seropositivos não tinham acesso a serviços vitais, em 2024, dos quais, 620 mil eram crianças de zero a 14 anos.
No ano passado, 630 mil pessoas morreram de causas relacionadas ao HIV/Aids, 61 por cento delas na África Subsaariana.
A directora executiva do Unaids, Winnie Byanyima, declarou que os cortes não representam apenas uma lacuna de financiamento, mas sim “uma bomba-relógio” para a humanidade.
Imbondeiro News
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