Polícia impede a comunicação social e familiares a manterem contactos moçambicanos resgatados do Laos

O Serviço de Investigação Criminal (SERNIC) está a impedir a imprensa e familiares a manterem com os 16 moçambicanos que regressaram recentemente da República Popular e Democrática de Laos, onde foram vítimas de tráfico de pessoas para exploração laboral.
O porta-voz do SERNIC na província central de Sofala, Alfeu Sitoe, diz que, com esta medida, as autoridades pretendem não atrapalhar as investigações em curso sobre esta rede que envolveria cidadãos de nacionalidade chinesa e moçambicana no negócio.
Dos 23 moçambicanos que foram explorados no Laos, 16 regressaram ao país nesta última sexta-feira, e foram impedidos de prestar declarações à comunicação social e a familiares.
Sitoe justifica que “temos que olhar para esta preservação da sua imagem, da dupla vitimização e também a salvaguarda do segredo. Toda e qualquer alocução que possam ter, podem citar pessoas, não ter o cuidado de preservar quem os recrutou e algumas informações podem vazar. E nós queríamos ser os protagonistas disto”.
A fonte admite que “os recrutadores são compostos por grupos de cidadãos nacionais e chineses que aliciam essas vítimas para emprego naquele país, só que ao invés de darem emprego como prometem, dão condições desumanas e exploração laboral”.
A Organização Internacional das Migrações, que se envolveu na operação de resgate destes cidadãos, reconhece que o tráfico humano em Moçambique é moldado por factores históricos e contemporâneos, associados a motivos socioeconómicos que “obrigam” as pessoas a migrar sem condições de segurança.
Imbondeiro News
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