Riscos de “insustentabilidade da dívida interna” que cresce para mais de seis milhões de dólares

 Riscos de “insustentabilidade da dívida interna” que cresce para mais de seis milhões de dólares

O governador do Banco de Moçambique (BM), Rogério Zandamela, defende que o país não pode permitir que a dívida pública continue a crescer, por haver risco de se tornar insustentável e de comprometer a estabilidade económica.

Em conferência de imprensa, em Maputo, após uma reunião do Comité de Política Monetária (CPMO), Zandamela disse que “a dívida não pode crescer. O governo está a fazer tudo o que é possível para conter esta dívida a níveis razoáveis, para que não crie problemas à economia. Se continuar a crescer, ao ponto de atingir níveis preocupantes de insustentabilidade, poderá causar problemas sérios”.

A divida interna, segundo dados oficiais, situa-se em cerca de 454,4 mil milhões de meticais, o equivalente 6,1 mil milhões de dólares, representando um aumento de 38,8 mil milhões de meticais em relação a Dezembro de 2024.

No seu comunicado final, o CPMO reconheceu que a pressão sobre o endividamento interno “continua a agravar-se”, afectando o normal funcionamento do mercado de títulos do Estado.

Zandamela sublinhou que o crescimento da dívida tem impacto directo sobre a economia, sobretudo no que respeita ao financiamento do défice público e à capacidade de estimular o investimento produtivo.

O governo estima, para 2026, um défice fiscal acima de seis por cento do Produto Interno Bruto (PIB), o que exige o controlo da folha salarial e a estabilização dos encargos da dívida.

Também prevê para 2026 um orçamento com despesa em torno de 32 por cento do PIB, receitas de cerca de 28 por cento e um défice fiscal de seis por cento.

O Ministério das Finanças revelou em Junho deste ano que a dívida pública global do pais tinha atingido um recorde de 14,3 mil milhões de dólares.

Imbondeiro News

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