Eni confirma decisão final de investir na construção da segunda plataforma flutuante de GNL

A petrolífera italiana Eni confirmou, esta quinta-feira, em Maputo, a decisão final de investir na construção de uma segunda plataforma flutuante de Gás Natural Liquefeito (GNL), no projecto Coral Norte, na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
O director-executivo da Eni, Cláudio Descalzi, garantiu que, dentro dos próximos três anos, arranca a produção de GNL Coral Norte, o que vai elevar este país o terceiro maior produtor em África.
Descalzi anunciou que “iniciámos o calendário para 2028. Isso significa que começamos hoje o FID e, dentro de três anos, vamos iniciar a produção. Isso é um compromisso, não se trata de uma conversa. Não é um sonho, é compromisso com o senhor Presidente, à frente de toda a gente”.
Ele assumiu este compromisso durante a assinatura da Decisão Final de Investimento (FID, em inglês) da segunda plataforma flutuante, Coral Norte, por 7,2 mil milhões de dólares eua.
Assinaram o acordo os parceiros da área 4 da bacia do Rovuma, nomeadamente a Eni, a Empresa Nacional dos Hidrocarbonetos (ENH), a chinesa CNPC, a sul-coreana Kogas e a XRG, uma subsidiária da gigante ADNOC, dos Emirados Árabes Unidos.
A petrolífera italiana, que opera a plataforma flutuante FNLG Coral Norte, como a Coral Sul, garante que “fará de Moçambique o terceiro maior produtor de GNL em África”, depois da Nigéria e Argélia, duplicando a actual produção da Coral Sul, para sete milhões de toneladas anuais.
Descalzi destacou que Moçambique “está também a posicionar-se na transição energética” global.
Referir que Coral Norte é o segundo desenvolvimento de GNL flutuante em grande escala localizado em águas ultra-profundas a nível mundial e o primeiro é Coral Sul, que, segundo, a empresa “entregou com sucesso mais de 120 cargas de GNL, desde o primeiro gás em 2022”.
O responsável destacou ganhos previstos para o país, indicando ainda que “o projecto irá mais que duplicar os benefícios, estimando uma geração de 23 mil milhões de dólares em receitas fiscais, mais oportunidades de emprego, maior integração de fornecedores nacionais e a atribuição de cerca de três mil milhões de dólares em contratos a empresas locais”.
O Coral Norte, cujas operações estão projectadas para arrancar em 2028, será construído em ar aberto, longe das zonas mais afectadas pela insurgência armada.
Samir Gadio, responsável pela estratégia africana no Standard Chatered Bank, afirmou que o Eurobond de Moçambique, com maturidade em 2031, registou ganhos esta semana, no mercado financeiro, pela confirmação da Eni em avançar com o Coral Norte e pela previsão de retoma do projecto da francesa TotalEnergies.
Imbondeiro News
Comentários