Fontes hospitalares confirmam a morte de várias pessoas em protestos pós-eleitorais na Tanzânia  

 Fontes hospitalares confirmam a morte de várias pessoas em protestos pós-eleitorais na Tanzânia  

As autoridades sanitárias tanzanianas acabam de confirmar a morte de várias pessoas, ocorridas nos protestos pós-eleitorais, na cidade de Dar-es-Salaam, a antiga capital da Tanzânia, pouco depois das eleições desta quarta-feira, com a polícia a ser acusada de repressão contra manifestantes que denunciam fraude eleitoral.

Citando fontes hospitalares, a agência noticiosa EFE revela que pelo menos 150 pessoas terão morrido nas manifestações, registadas em Dar-es-Salaam, capital económica deste país vizinho de Moçambique.

Na condição de anonimato, um enfermeiro mencionou que o hospital nacional Muhimbili, um dos principais do país, recebeu, até ao momento, 150 corpos.

O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) disse que este número está muito acima da cifra conservadora de 10 mortos, em todo o país.

Num comunicado, o ACNUD apelou “às forças de segurança para que se abstenham de usar força desnecessária ou desproporcional contra os manifestantes, incluindo armas letais e para que façam todo o possível para reduzir as tensões”.

A Organização das Nações Unidas (ONU) também pediu às autoridades tanzanianas a restaurarem a internet, bloqueada desde quarta-feira e a respeitarem os direitos da população à liberdade de expressão, de associação e de reunião pacífica.

O partido Chadema, o principal da oposição no país, anunciou que cerca de 700 pessoas foram mortas apenas em três dias de manifestações, marcadas por repressão, apagão da internet e recolher obrigatório a vigorar na cidade de Dar-es-Salaam, a partir das 18:00 horas locais.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Tanzânia, Mahmoud Thabit Kombo, negou, esta sexta-feira, que tenha havido o uso da força excessiva contra os manifestantes, bem como se distanciou de relatos da oposição que apontam para cerca de 700 mortos.

Entretanto, a Tanzânia continua mergulhada em uma tensão, que ganha força após denúncias de fraude e repressão policial durante o processo eleitoral, sobretudo nas cidade de Dar-es-Salaam, Arusha e Mbeya, esta última na fronteira com a Zâmbia.

Citando moradores de Dar-es-Salaam, a EFFE escreve que se receia que “muita gente” tenha morrido durante a violência, naquela cidade, onde o exército e a polícia patrulham as ruas.

A Presidente tanzaniana, Samia Suluhu Hassan, não se faz ver ao público desde quarta-feira, quando ele votou em Dodoma, a capital administrativa.

A Comissão Nacional Eleitoral Independente (INEC) continua a apurar os resultados, com a expectativa de Hassan, de 65 anos, candidata do partido do Chama Cha Mapinduzi (CCM), consiga uma vitória folgada, dada a exclusão dos principais rivais opositores e repressão dos críticos.

Em Zanzibar, a parte insular deste país da SADC, a oposição rejeitou os resultados locais, alegando fraude eleitoral.

Imbondeiro News

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