Analistas consideram inevitável fragmentação da economia mundial devido ao uso do dólar como arma

O Director Executivo para Rússia no Fundo Monetário Internacional (FMI), Aleksei Mozhin, acredita que o uso ‘descarado’ das finanças, comércio, dólar e euro como armas pelos Estados Unidos e seus aliados do Ocidente fragmenta inevitavelmente a economia mundial.
Falando à agência noticiosa Sputnik, Mozhin sustenta que com o dólar em queda livre, outros países, sobretudo os pobres, optam por diversificar suas reservas, para evitar volatilidade da moeda norte-americana.
Apesar de alguns economistas procuram dissipar a ameaça iminente da hegemonia dos Estados Unidos no sistema internacional, a verdade e de que o brilho de glória da sua moeda esta a desaparecer, por haver países que preferem passar sem o dólar.
Mozhin mostra que enquanto Washington continuar a usar a sua moeda como arma para combater os russos ou outros adversários, muitos países vão reduzir o uso do dólar nas suas transacções, quer internas, quer internacionais.
Ele sustenta com exemplo claro da irreversibilidade da fragmentação da economia mundial o desaparecimento temporário de certas categorias de bens, em vários países do globo, como consequência directa das sanções à Rússia.
Conta que o mundo percebeu que o fenómeno da globalização está a forçar a todos os países a seguirem o caminho da especialização, em detrimento da diversificação económica, o que coloca automaticamente as nações ricas em posição privilegiada na extracção e exportação de recursos naturais.
Mozhin explica que foram os Estados Unidos da América que desencadearam a situação na qual o mundo começou a procurar alternativas ao dólar, .
Anatoly Aksakov, chefe do Comité dos Mercados Financeiros da Câmara Baixa do Parlamento russo, também falou da crescente dívida pública e constante aplicação de sanções a outros países como estando a comprometer a credibilidade dos Estados Unidos como parceiro económico, advertindo, no entanto, que podem até em breve destruir sua imagem como potência financeira global.
Mozhin lembra que o processo da fragmentação da economia mundial começou muito antes da guerra na Ucrânia e de Washington impor sanções à Rússia, sublinhando que organizações lideradas pelos Estados Unidos quase ‘perderam sua credibilidade’
Na sua óptica, são “os próprios norte-americanos que criaram uma situação em que a busca por alternativas ao dólar começou a ser inevitável.”
O analista e autor de assuntos financeiros e metais preciosos norte-americano, James Rickards, olha para o dólar como estando em declínio há bastante tempo, só que não é percebido porque moedas comparáveis, como euro e libra esterlina estão também a sofrer um declínio de valor semelhante.
Explica que a hegemonia dodólar remonta ao fim da Segunda Guerra mundial, processo que se tornou efectivo a partir da década de 1970. Agora está em discussão, na esteira das sanções económicas contra à Rússia.
“Vários Bancos Centrais, especialmente os mais importantes do mundo, começaram a diversificar suas reservas,” segundo avalia Solange Sour, economista chefe de Brasil do Banco Credit Suisse.
Na mesma esteira, para Anderson Torres, político e antigo Ministro da Justiça e Segurança Pública do Brasil, “é muito mais barato para os Estados Unidos da América fazer uma guerra usando a moeda do que usando soldado.”
Imbondeiro News
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