África do Sul perdeu 80.000 postos de trabalho no segundo trimestre de 2025

Dados estatísticos mostram um declínio crescente de 8.000 empregos que foram eliminados, de Março a Junho de 2025, em vários sectores da economia sul-africana, o que significa que mais de dez milhões de trabalhadores perderam os seu postos.
A perca de empregos no pais vizinho foi mais notável nas áreas de prestação dos serviços comunitários, com 53.000 postos de trabalho eliminados, seguido pelo comércio, 10.000, manufacturação, 9.000, construção, 7.000, transportes, 2.000 e negócios, 2.000.
Apesar de os sectores da mineração e de electricidade terem registado uma ligeira melhoria, 2.000 e 1.000 empregos, respectivamente, este aumento é comparado com os 229.000 postos de trabalho perdidos entre Junho de 2024 e Junho de 2025.
Em comunicado, o secretário-geral da Federação Sindical da África do Sul (SAFTU, na sigla em inglês), Zwelinzima Vavi, ataca o governo pela alegada contínua crise estrutural de empregos, no país.
Vavi afirma que “estes dados confirmam uma vez mais que a África do Sul continua amarrada numa crise de empregos, uma crise que nasceu da austeridade neoliberal, da industrialização e enriquecimento da elite, em prejuízo da classe trabalhadora”.
Na nota, o responsável defende que “desde a adopção do Growth Employment And Redistribution (GEAR), em 1996, uma estratégia que prometia a liberalização do mercado e investimento estrangeiro directo, com vista a criar empregos, provou o suficiente de ser uma mentira cruel”.
Esta organização sindical assinala que os indicadores económicos mostram que os investimentos no sector privado contribuíram com 10,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o público apenas 4, 3 por cento.
Refere que o crescimento do PIB situou-se em 0.8 por cento, no primeiro trimestre de 2025, quase uma recessão.
O porta-voz nacional da SAFTU, Newton Masuku, diz que isto mostra a falta do investimento, cortes sistemáticos de energia, colapso de ferrovias e portos e ausência de uma estratégia coerente de industrialização do país.
Alerta para crescente consequências sociais do falido modelo económico, incluindo desemprego massivo, índice elevado de pobreza, extrema desigualdade, colapso dos serviços públicos, aumento de crime e violência baseada no género e crescente desespero dos jovens.
“Estes dados não são apenas números, mas a realidade vivida por milhares de famílias que dormem sem que tenham uma refeição, comunidades dilaceradas e população juvenil negada o seu futuro”, segundo o comunicado.
Avisa que “a classe trabalhadora não pode continuar a pagar o preço de um sistema que apenas enriquece poucos”.
Imbondeiro News
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