Agência Fitch mantém o “rating” de Moçambique em CCC e volta a baixar previsões macroeconómicas

Categoria: Economia

A agência de notação financeira norte-americana Fitch mantém o “rating” de Moçambique em CCC, três níveis acima do Incumprimento Financeiro ‘default’, em volta agora a rever em baixa as previsões macroeconómicas do país, devido aos protestos pós-eleitorais, antecipando assim para um crescimento económico “marginal”de 2,5 por cento, este ano.

Na sua recente avaliação de notação, de um de Agosto, a Fitch aponta que a previsão de crescimento de Moçambique passou para 3,4 por cento, em 2026, e para quatro por cento, em 2027.

Estas previsões reflectem, segundo a agência, “a premissa de reforma” da construção do projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL), de 20 mil milhões de dólares da TotalEnergies, na Área 1 da bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, tendo em conta o regresso dos trabalhos no “quarto trimestre de 2025”.

No estudo, a entidade avança que “o crescimento real do PIB abrandou significativamente para 2,2 por cento” em 2024, comparados aos 5,5 por cento de 2023, o que reflecte o impacto negativo da violência que se seguiu às eleições gerais de Outubro de 2024 na actividade económica, nos últimos três meses do ano.

A agência prevê, no entanto, que o crescimento aumente de forma marginal para 2,5 por cento em 2025, devido à contracção no primeiro trimestre e os efeitos de amortecimento da escassez de divisas na actividade empresarial”.

Recorde-se que na sua anterior avaliação, a Fitch tinha descido o “rating” do país para CCC e piorado as previsões macroeconómicas, em resultado dos protestos pós-eleitorais, antecipando um crescimento económico de 3,2 por cento este ano, agora revisto em baixa.

Decidida em Fevereiro e confirmada agora em Agosto, a previsão da Fitch teve em conta constrangimentos financeiros, elevados riscos no serviço da divida interna, alargamento do défice orçamental, elevada dívida pública e agitação politica interna, além do abrandamento na actividade económica e incerteza nas reservas em moeda externa e na retomada dos projectos de gás natural.

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