Ataques armados forçam a fuga de mais de 30 mil crianças na província de Cabo Delgado

 Ataques armados forçam a fuga de mais de 30 mil crianças na província de Cabo Delgado

Categoria: Sociedade

A organização não-governamental Save The Children admite que mais de 30.000 crianças fugiram das suas zonas de origem, na província de Cabo Delgado, norte do país, devido à nova onda de ataques armados lançada por grupos de extremistas, apelando para a necessidade de apoio urgente.

Ilaria Manunza, directora nacional desta ONG, afirma que “estamos a testemunhar uma situação terrível, onde as necessidades das crianças superam em muito os recursos disponíveis”.

Num comunicado, Manunza diz que, os últimos ataques na província, representam um “grande retrocesso” nos esforços para reconstruir a vida de crianças e famílias, que têm vivido em conflito, nos últimos oito anos.

Ela sublinha que “este conflito deve terminar imediatamente ara que as crianças possam ter a sua infância de volta”.

A organização aponta que entre as mais de 30.000 crianças em fuga, nas últimas duas semanas, algumas estão separadas das suas famílias, um dos maiores números de desalojados num período tão curto na província.

Mununza assegura que “estamos a trabalhar para fornecer-lhes um espaço seguro, alimentação e atendimento médico, mas com a chegada de mais famílias, precisamos urgentemente do apoio da comunidade internacional”.

Aponta que o conflito, até aqui “sem fim a vista”, tem causado um impacto “devastador” nas crianças que crescem em Cabo Delgado, havendo “relatos recorrentes de decapitações e sequestros, incluindo múltiplas vítimas infantis”.

O comunicado alerta que “os conflitos levaram a deslocamentos em larga escala, juntamente com infra-estrutura precária, dificultando o acesso a serviços básicos, como água, educação, saneamento e saúde”, frisando ainda que a desnutrição é uma outra preocupação significativa, com muitas crianças em situação de insegurança alimentar”.

A Save The Children anuncia uma nova estratégia 2025/2027, na qual prevê apoiar pelo menos 2,1 milhões de crianças.

Imbondeiro News

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