Dólar norte-americano está a perder terreno como moeda de reserva a um ritmo acelerado

 Dólar norte-americano está a perder terreno como moeda de reserva a um ritmo acelerado

Categoria: Economia

O fundador e director executivo da Eurizon SLJ Capital, uma sociedade de Gestão de Activos baseada em Londres, capital do Reino Unido, Stephen Jen, afirma que o dólar norte-americano está a perder seu estatuto de moeda de reserva internacional a um ritmo acelerado, em meio a oscilações de câmbio que pegaram muitos de surpresa, no ano passado.

Jen e sua colega, Joana Freire, mostram que a participação do dólar nas reservas internacionais de outros países caiu, em 2022, a uma taxa 10 vezes maior do que a média das últimas duas décadas, sobretudo à medida que várias nações buscavam alternativas em meio a sanções contra a Rússia.

Ambos dizem que a moeda norte-americana perdeu cerca de 11 por cento de sua participação nas reservas internacionais desde 2016, e o duplicou desde 2008.

“O dólar sofreu um colapso impressionante em sua participação de mercado como moeda de reserva em 2022, presumivelmente devido ao uso agressivo de sanções”, escrevem.

Explicam que “acções excepcionais tomadas pelos Estados Unidos da América e seus aliados contra a Rússia assustaram grandes países detentores de reservas”, a maioria dos quais é de economias emergentes do Sul Global.

Avançam que nações menores experimentam uma desdolarização, enquanto a China e Índia buscam internacionalizar suas moedas para acordos comerciais depois que os Estados Unidos e Europa cortaram os bancos russos do SWIFT, que é sistema global de mensagens financeiras. 

Aquela sociedade de gestão de activos também refere que existe a preocupação de que o dólar possa tornar-se uma ferramenta política permanente, ou ser usado como uma forma de política econólmica para pressionar os países a impor sanções dos que podem discordar.

A moeda norte-americana representa agora cerca de 58 por cento do total das reservas internacionais oficiais, ante 73 por cento em 2001, quando era a “reserva hegemónica indiscutível”, segundo os gestores da Eurizon.

Imbondeiro News

Comentários

Artigos relacionados