Estado moçambicano gastou cerca de 80 milhões de dólares com advogados no caso das dívidas ocultas

 Estado moçambicano gastou cerca de 80 milhões de dólares com advogados no caso das dívidas ocultas

O Estado moçambicano gastou, desde 2019, pelo menos 80 milhões de dólares norte-americanos com advogados, no julgamento do caso das dívidas ocultas, em Londres, capital do Reino Unido, segundo anunciou, na segunda-feira, em Maputo, o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela.

Em conferência de imprensa conjunta com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Tonela disse que “desde o início do processo, em Fevereiro de 2019, há custos acumulados na ordem de cerca de 80 milhões de dólares”.

O governo avançou que, neste momento, o Estado moçambicano gasta cerca de 3,5 milhões de libras por mês com os advogados, neste mesmo processo. 

Falando do acordo extrajudicial alcançado, no domingo passado, com o grupo UBS sobre o financiamento relacionado com a compra de barcos de pesca pelo Credit Suisse, o governante explicou que o mesmo vai permitir a redução dos custos do julgamento para o país. 

No encontro com a comunicação social, Tonela salientou que “há advogados contratados que defendem a causa de Moçambique”, frisando que “um dos objectivos do acordo é mitigar riscos, mas também assegurar custos mais baixos possíveis, tendo em conta que não há previsibilidade de quanto tempo o processo vai ainda decorrer e os custos associados”. 

As autoridades moçambicanas contrataram advogados britânicos, com vista a assistir o Ministério Público, também por se tratar de uma “acção que corre em praça jurisdicional estrangeira”. 

Ângelo Matusse, Procurador-Geral Adjunto, afirmou, por sua vez, que “as autoridades tiveram de identificar e contratar advogados, no caso concreto a ‘Peters and Peters’, de Londres, para assistir o Ministério Público nesta acção civil que foi intentada pelo Estado”. 

Matusse acrescentou que o acordo extrajudicial com o grupo UBS não afecta os outros processos judiciais relacionados às dívidas ocultas, ilustrando o recurso admitido pelo tribunal de Londres sobre a imunidade do Presidente da República, Filipe Nyusi. 

Imbondeiro News

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