estudo conclui que Moçambique já vive com “a sombra da maldição” dos recursos naturais

 estudo conclui que Moçambique já vive com “a sombra da maldição” dos recursos naturais

Um estudo conduzido pelo ‘Fair Tax Monitoir’ (FTM) sugere que Moçambique já vive com o que classifica “a sombra da maldição” dos recursos naturais e, para evitar conflitos, recomenda que deve aumentar o financiamento, com vista a assegurar o usufruto dos direitos humanos básicos pelas populações vulneráveis.

Intitulado “Tributação justa e eficiente: um caminho para quebrar a maldição dos recursos naturais”, o estudo faz uma análise no contexto moçambicano, aludindo, no entanto, que “a sombra da maldição dos recursos já paira sobre o país”.

O FTM é um mecanismo internacional não-governamental que avalia a eficiência fiscal de países.

O estudo aborda o assuntonum contexto em que a indústria extractiva é conhecida pelos seus ciclos de “expansão e recessão, deixando os países vulneráveis a choques económicos e à instabilidade social”.

Argumenta que “Moçambique já experimentou violações de direitos humanos relacionadas com o reassentamento das comunidades que viviam nas áreas de extracção de recursos naturais, bem como conflitos sobre quem deve beneficiar da extracção dos recursos”.

A pesquisa observa que o país é potencial em recursos naturais, como gás natural, carvão, grafite, areias pesadas, pedras preciosas e ouro, mas continua na lista dos países mais pobres do mundo, ostentando elevados níveis de desigualdade e um histórico de conflitos e instabilidade política.

Sugere que, com vista a financiar os serviços públicos e garantir os direitos humanos básicos, o sistema fiscal moçambicano precisa de arrecadar mais receitas e aplicá-las da melhor forma.

Faz uma apreciação positiva da indústria extractiva moçambicana, que apresenta um potencial de produzir receitas e benefícios significativos para as comunidades.

Realça que o governo deve dar prioridade às despesas do sector social, sempre cumprindo os compromissos internacionais e regionais, de alocar pelo menos 15 por cento e 20 por cento do orçamento anual para os domínios de saúde e educação.

O FTM refere que deve ser assegurada uma gestão sustentável da dívida, lembrando que o Estado “já se debate com o endividamento feito a pensar nas reservas de gás natural da Bacia do Rovuma”, em Cabo Delgado.

Conclui instando o governo a reorientar a despesa pública, por forma a acelerar a descentralização dos recursos para o nível local e reduzir as assimetrias regionais, bem como respeitar as regras orçamentais, associadas à contratação da dívida pública.

Imbondeiro News

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