Lula da Silva desafia países em desenvolvimento para negarem neocolonialismo verde

 Lula da Silva desafia países em desenvolvimento para negarem neocolonialismo verde

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, desafiou, quarta-feira, na cidade brasileira de Belém, aos países em vias de desenvolvimento para não aceitarem “um neocolonialismo verde”, com a desculpa de “proteger o meio ambiente”.

O estadista brasileiro lançou o desafio no decurso da cimeira dos países da Amazónia, tendo destacado que “não podemos aceitar um neocolonialismo verde que, a pretexto de proteger o meio ambiente, impõe barreiras comerciais e medidas discriminatórias, desrespeita os marcos regulatórios e as políticas nacionais”.

O grupo dos países da Amazónia inclui Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela.

Lula da Silva tem sido crítico, nos últimos tempos, quanto às exigências ambientais que a União Europeia (UE) anexou ao acordo comercial com o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai), concluído em 2019.

O líder brasileiro comentou que os países detentores de florestas tropicais, como a Amazónia, “herdaram do passado colonial um modelo económico predatório”, baseado “na exploração irracional dos recursos naturais, na escravidão e exclusão sistemática das populações locais”, sublinhando que “os efeitos são sentidos por nossos países até hoje”.

A cimeira da Organização do Tratado de Cooperação Amazónica (OTCA) foi extensiva a outros países, como a República do Congo, República Democrática do Congo (RDC) e Indonésia, que também possuem grandes áreas de floresta tropical no mundo.

Apontou que “não se pode falar de florestas tropicais e mudanças climáticas sem abordar a responsabilidade histórica dos países desenvolvidos”, acrescentando que “foram eles que, ao longo dos séculos, mais desperdiçaram recursos naturais e mais poluíram o planeta’’

Precisou que ‘’os 10 por cento mais ricos da população mundial concentram mais de 75 por cento da riqueza e emitem quase metade de todo o carbono lançado na atmosfera “.

Entretanto, líderes e ministros de oito nações amazónicas assinaram uma declaração que estabelece planos para impulsionar o desenvolvimento económico nos seus respectivos países, ao mesmo tempo que se evita que o desaparecimento da Amazónia “chegue a um ponto sem volta”.

Contudo, investigadores alertam que quando 20 por cento a 25 por cento da floresta for destruída, as chuvas cairão drasticamente, transformando mais da metade da floresta tropical em savana tropical, com imensa perda de biodiversidade.

As oito nações membros da OTCA expressaram esperança de que uma frente unida lhes dê uma voz no meio ambiente global, antes da conferência do clima (COP28), a ter lugar em Novembro deste ano.

Ambientalistas acreditam que a cimeira de Belém reforça a estratégia desencadeada pelo Presidente Lula da Silva de alavancar a preocupação global com a preservação da Amazónia.

O Presidente do Brasil angariou apoio financeiro internacional para a protecção da floresta, o que contribuiu para uma queda de 42 por cento na desflorestação, desde que assumiu os destinos do país.

Imbondeiro News

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