Militares no Gabão dissolvem instituições democráticas após reeleição do Presidente Bongo

 Militares no Gabão dissolvem instituições democráticas após reeleição do Presidente Bongo

Militares no Gabão anunciaram, hoje (quarta-feira) o cancelamento das eleições presidenciais que reconduziram o Presidente, Ali Bongo Ondimba, para um terceiro mandato, e a dissolução de todas as instituições democráticas, no país.

Segundo a BBC, um comunicado de imprensa foi lido no Gabon 24, um canal de televisão detido pela Presidência de Bongo Odimba, por cerca de uma dúzia de soldados do exército gabonês.

Um dos militares declarou que depois de constatar ‘’uma governação irresponsável e imprevisível que resulta numa deterioração contínua da coesão social que corre o risco de levar o país ao caos, decidiu-se defender a paz, pondo fim ao regime em vigor’’.

A BBC citou o mesmo militar, afirmando que estava a falar em nome de um ‘’Comité de Transição e Restauração Institucional’’ e explicou que todas as fronteiras do país estavam ‘’encerradas até nova ordem’’.

A agência de notícias France-Presse também revelou que, durante a transmissão televisiva, se ouviam tiros de metralhadoras automáticas, em Libreville, a capital.

Antes de os militares anunciarem o cancelamento da votação, o Centro Eleitoral do Gabão (CGE, na sigla francesa) tinha já divulgado na televisão estatal os resultados oficiais das eleições presidenciais.

A comissão eleitoral declarou o Presidente Ali Bongo Ondimba, no poder há 14 anos, que tinha sido reconduzido para um terceiro mandato nas eleições de sábado, com 64,27 por cento dos votos depositados, derrotando Albert Ondo Ossa, que obteve 30,77 por cento dos votos.

O Gabão estava sob recolher obrigatório e acesso à Internet havia sido suspenso em todo o país, medidas impostas no próprio dia das eleições, sob o pretexto de haver risco de violência, na sequência das declarações de Ondo Ossa, que exigia ser declarado vencedor.

Os principais partidos da oposição tinham denunciado uma fraude eleitoral e exigiam que fosse reconhecida a victória de Ondo Ossa.

Mike Jocktane, director de campanha de Ondo Ossa, disse que Bongo tinha de aceitar a victória, ‘’sem derramamento de sangue, a transferência de poder’’.

Imbondeiro News

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