Moçambicanos na África do Sul queixam-se de novos ataques xenófobos

 Moçambicanos na África do Sul queixam-se de novos ataques xenófobos

Moçambicanos residentes no bairro de Soweto, a oeste de Joanesburgo, centro económico da África do Sul, queixam-se de novos ataques xenófobos, com grupos de sul-africanos a exigirem o seu imediato regresso ao país.

Artur Chissano, um dos moçambicanos que vive naquele bairro, revelou à Rádio Moçambique que membros de um movimento de esquerda radical denominado “Operação Dudula” andam de mercado em mercado à sua caça.

“Espalharam os nossos produtos e insultaram-nos dizendo que temos que regressar para o nosso país,” segundo Artur Chissano, citado pela Rádio Moçambique.

O movimento Operação Dudula advoga a expulsão de imigrantes ilegais e indocumentados, o que parece associar-se à falta de oportunidades de emprego, no país.

Em Zulu, uma das 11 línguas sul-africanas incluindo a de sinais, Dudula significa “puxar para trás,” mas aqui o movimento se refere ao regresso forçado destes cidadãos às suas origens.

Os assaltantes aparecem normalmente quando as patrulhas da polícia se ausentam. Eles fazem ameaças de poder dispararem contra os forem encontrados a venderem os seus produtos.

“Ameaçam dizendo quem estiver por perto, pode apanhar um tiro”, relatou uma vendedora, que pede apoio às autoridades moçambicanas.

A África do Sul acolhe mais de dois milhões de moçambicanos. Alguns desses trabalham nas indústrias mineira e agrícolas, outros no comércio informal. Desde 2008 para cá, este pais tem sido palco dos assaltos contra estrangeiros africanos, na sua maioria moçambicanos, acusando-os de vários crimes, como roubo de empregos e mulheres e usarem bruxaria para fazerem dinheiro.

Quadrantes da vida têm se levantado contra a actuação das autoridades policiais que, ao em vez tomarem medidas contra estes grupos, lançam campanhas de identificação e expulsão dos imigrantes, o que obviamente alenta a sua propagação pelo país.

Imbondeiro News

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