Num tribunal dos Estados Unidos Manuel Chang declara-se inocente

Na sua primeira comparência desde que foi extraditado para os Estados Unidos, o antigo ministro das Finanças de Moçambique, Manuel Chang, declarou-se, nesta ultima quinta-feira, num tribunal de Brooklin, em Nova Iorque, inocente das acusações de fraude electrónica, fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro, diante do juiz Nicholas Garafis.
A agência noticiosa Reuters revela que o juiz também negou a fiança de um milhão de dólares norte-americanos para aguardar o julgamento em liberdade, por considerar haver risco de fuga.
O magistrado argumentou que Chang pode entrar na Missão de Moçambique junto das Nações Unidas, país com o qual os Estados Unidos não têm acordo de extradição.
“As evidências sobre sua responsabilidade são fortes”, disse o juiz Garaufis, o que significa que os advogados de defesa do antigo ministro terão uma longa batalha pela frente.
Nos Estados Unidos, onde se encontra desde última quarta-feira, Chang responde pelo seu papel no caso das “dívidas ocultas” que defraudou o Estado moçambicano em cerca de dois mil milhões de dólares.
Neste processo, que sugere muita tinta, Chang também é apontado de se ter envolvido com o Credit Suisse Group AG e empresa Privinvest, com sede em Abu Dabi, nos Emiratos Árabes Unidos.
Os procuradores norte-americanos revelaram que pelo menos 200 milhões de dólares eua foram desviados para vários réus e funcionários do governo moçambicano.
Chang é acusado de secretamente ter feito com que o governo moçambicano garantisse os empréstimos em troca de subornos e que as três empresas eram realmente “testas-de-ferro” para ele e outros réus se enriquecerem do esquema.
Os promotores concluíram, no entanto, que o esquema enganou os investidores norte-americanos sobre a credibilidade de Moçambique e que Chang embolsou pessoalmente cinco milhões de dólares em subornos.
Os promotores Hiral Mehta e Jonathan Siegel declararam que “o réu era um alto funcionário do governo e suas acções ajudaram a devastar a economia de uma das nações mais pobres do mundo”.
Na mesma senda, o advogado de defesa do antigo governante moçambicano, Adam Ford, afirmou que Chang garantiu os empréstimos na qualidade de ministro e não aceitou migalhas neste processo, acrescentando que “ele prefere ficar aqui e lutar contra essas acusações”.
A agência Bloomberg diz que se Chang for considerado culpado neste caso, pode ter uma pena de até 55 anos de prisão.
Imbondeiro News
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