Primeiro grupo de brancos sul-africanos ‘afrikaners’ já se encontra nos Estados Unidos como refugiados

Categoria: Sociedade
O primeiro grupo de sul-africanos brancos ‘afrikaners’ já se encontra, desde domingo, nos Estados Unidos da América, no âmbito de um programa do Presidente norte-americano, Donald Trump, que os concede estatuto de refugiado.
Os 49 afrikaners deixaram a África do Sul num voo fretado, rumo ao aeroporto Dulles, em Washington DC, capital dos Estados Unidos, de onde viajarão depois para o Texas.
O porta-voz do Ministério dos Transportes sul-africano, Collen Msibi, referiu que foi seguido um processo rigoroso, de modo a permitir que o avião entrasse no país.
A National Public Radio noticiou que 12 Estados norte-americanos tinham concordado em acolher os afrikaners, que são descendente de colonos holandeses, alemães e franceses.
O Presidente Trump e seu conselheiro e director executivo da Tesla, Elon Musk, alegam que os sul-africanos brancos são perseguidos pela maioria negra, apesar de continuarem a ser um dos grupos mais privilegiados da África do Sul.
Os afrikaners, também chamados de bóeres, representam cerca de sete por cento dos mais 60 milhões da população sul-africana, detendo quase 78 por cento das terras agrícolas privadas do pais e 20 vezes mais riqueza do que os negros.
Refira-se que Trump assinou em Fevereiro uma ordem executiva que concede reassentamento a “refugiados afrikaners” por supostamente enfrentarem “discriminação baseada na raça patrocinada pelo governo, incluindo confisco de propriedade racialmente discriminatório”.
O Presidente norte-americano acredita que uma lei sul-africana de expropriação de terras levará à confiscação de quintas detidas por brancos, pese embora a intenção do governo visa corrigir as desigualdades enraizadas no antigo sistema do apartheid.
As relações diplomáticas entre Pretória e Washington estão tensas desde que Trump ordenou a suspensão da ajuda económica à África do Sul, acusando o governo de “confiscar” terras aos afrikaners.
O governo sul-africano pediu a Washington que clarificasse o estatuto das pessoas que vão deixar o país, especificando se são requerentes de asilo, refugiados ou cidadãos comuns.
O Ministério sul-africano das Relações Internacionais e da Cooperação disse que “é profundamente lamentável que a deslocação de sul-africanos para os Estados Unidos pareça ter motivações política e procure desafiar a democracia constitucional da África do Sul”.
O Ministério acrescentou que a África do Sul reconhece que a determinação do estatuto de refugiado exige uma avaliação objectiva dos factos e das circunstâncias, classificando que as acusações de discriminação por Washington “são infundadas”.
Imbondeiro News
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