Problematização da imigração ilegal na Africa do Sul apenas fomenta atitudes xenófobas

O Instituto sul-africano para Estudos de Segurança (ISS) distancia-se de retóricas que alegam que a entrada de cidadãos dos Estados vizinhos, na África do Sul, incluindo moçambicanos, constitui uma amaça para o país, realçando que, além de não serem benéficos tais pronunciamentos, acabam somente fomentando atitudes xenófobas.

AImee-Noel Mbiyozo, investigador do ISS, também mostra algum desinteresse em relação a propostas avançadas pelo Ministério do Interior sobre a melhoria das fronteiras para prevenir a entrada de imigrantes, no país.

Embora reconheça a importância e eficiência de tecnologias inovadoras na flexibilização e circulação de pessoas e mercadorias, Mbiyozo afasta-se desta ideia se a mesma for de impedir a entrada de imigrantes africanos.

“Se a motivação for esta de querer combater a entrada de imigrantes africanos, a medida apenas vai prejudicar a vida destes mesmos estrangeiros, porque a todo o custo, procurarão vias mais arriscadas para entrar no país, o que poderá dificultar o comércio e segurança regionais”.

O Ministério do Interior quer que os postos fronteiriços que a África do Sul partilha com o Botswana, Eswatini, Lesotho, Moçambique e Zimbabwe, sejam redesenhadas, na esperança de torná-las mais seguras e eficientes para o comércio regional e ao mesmo tempo combatam o movimento de imigrantes e mercadorias ilegais.

Mbiyozo nega de for a categórica que o sistema vai combater a entrada de ilegais, que procurarão vias alternativas para alcançar o território sul-africano.

“Muitos estrangeiros que atravessam as fronteiras a partir dos Estados vizinhos não são qualificados e eles contribuem para o crescimento da economia sul-africana e regional”, de acordo com este pesquisador, que diz não haver evidência do envolvimento desses cidadãos em actividades criminosas, no país.

O ISS alerta que tentativas de politizar ou problematizar esta questão só acaba fomentado atitudes xenófobas.

Imbondeiro News