Procuradoria-Geral da República admite envolvimento de “alguns magistrados e polícias” nos crimes de raptos
Categoria: Sociedade
O Procurador-Geral da República, Américo Letela, admitiu, hoje em Maputo, haver dificuldades para identificar e neutralizar os mandantes dos crimes de raptos, denunciando o envolvimento de membros da polícia e de magistrados no crime.
Letela disse que “continuamos a registar situações de algumas pessoas com responsabilidade na prevenção e combate deste crime, como por exemplo alguns agentes da polícia, que se envolvem na preparação, facilitação e execução de raptos, bem como magistrados que, motivados por esquemas de corrupção, garantem a impunidade ou favorecem os infractores, por via das suas decisões”.
Apresentando aos deputados da Assembleia da República (AR), o parlamento moçambicano, a informação anual do Ministério Público (MP) referente a 2024, ele referiu que os crimes de rapto estão agora a ocorrer “com mais ousadia dos autores”, pedindo esforços adicionais do Estado e das comunidades, assim como a cooperação com países da região.
Reconheceu ainda que “persiste a dificuldade de identificação e neutralização dos mandantes destes crimes, devido ao modo altamente sofisticado e complexo em que as redes operam e por alguns actuarem estando fora do país”.
Dados apresentados pelo MP indicam que em 2024 foram instaurados 32 processos relativos a este tipo de crime, com o resgate de pelo menos 13 vítimas e detenção de 21 suspeitos, apreensão de seis armas de fogo e desmantelamento de três cativeiros.
O ministro do Interior considerou recentemente que o crime de rapto é complexo, organizado e transnacional e propicia a fuga de capitais, além de criar sentimentos de “insegurança”.
A polícia registou desde 2011 a Março deste ano pelo menos 205 crimes de rapto.
Imbondeiro News
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