Refugiados no entro de Maratane na província de Nampula denunciam fome

Categoria: Sociedade
Refugiados e requerentes de asilo, acomodados, há vários anos no centro de Maratane, na província nortenha de Nampula, denunciaram, recenemente, fome e proibição do uso de terra para agricultura pelos locais.
Os refugiados recebem uma cesta básica de produtos alimentares dos parceiros, em função do agregado familiar, mas o cenário mudou drasticamente, nos últimos meses, devido à insuficiência, demora e nalguns casos falta de apoio alimentar.
Cezimusse Leonardo, um burundês acolhido naquele centro há mais de cinco anos, disse à DW África que “estamos cheio de preocupações, por isso estamos a chamar a atenção ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
Um outro refugiado é Ndorimo Hassed que admitiu haver uma suposta discriminação e proibição de uso da terra para a agricultura de subsistência supostamente protagonizada pelos locais.
Hassade contou que “os nativos estão a discriminar-nos, dizendo que nós temos que voltar para a nossa terra de origem. Dizem que nós queremos arrancar as suas machambas. Essa é uma preocupação maior que pode nos trazer xenofobia, porque o Estado não vai conseguir parar essa situação que poderá ocorrer aqui”.
O secretário de Estado de Nampula, Plácido Pereira, apontou que “este é um problema não somente para os refugiados, mas também para os deslocados internos. As assistências não podem ser um processo permanente, a assistência ocorre durante um período e depois as pessoas têm de produzir e auto sustentar-se, mesmo para os nossos deslocados internos a assistência tem o seu limite”.
Devido à situação, pelo menos 21 refugiados burundeses viram-se obrigados a regressar às origens, na semana passada.
O centro abriga mais de 12 mil pessoas oriundas de países africanos em conflito político-militar, como República Democrática de Congo, Burundi, Ruanda, Somália e Etiópia.
Imbondeiro News
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