Dado como incerto futuro da hegemonia mundial do dólar norte-americano como moeda de reserva

This photo illustration taken on January 6, 2017 shows Chinese 100 yuan notes and one US dollar notes in Beijing. – China just raised the exchange rate for the yuan against the US dollar by 0.92 percent from the previous day, the biggest one-day increase in more than 11 years. (Photo by FRED DUFOUR / AFP)
A hegemonia detida pelo dólar norte-americano, desde a segunda mundial como moeda de reserva, tem sido apontada por economistas e analistas como estando a chegar ao fim, pese embora alguns afastem esta possibilidade, sob o pretexto de não haver qualquer tipo de ameaça imediata.
Apesar desta garantia, os últimos desenvolvimentos a decorrer a nível mundial preocupam analistas que até chegam a aventar a possibilidade de haver consequências desastrosas na economia mundial, se o dólar for abandonado como moeda de reserva.
Steve Forbes, editor-chefe de comunicação da revista de negócios e economia dos Estados Unidos, Forbes, e Jason Chaffetz, do canal televisivo norte-americano Fox News, falam da forma como a China está a mover-se para substituir o dólar norte-americano, como a moeda de reserva no comércio global.
Mostram que a intenção enveredada por Washington, visando diminuir o défice comercial com a China, para além de reforçar o poderio do dólar, também beneficia a economia do gigante asiático.
Washington está a tentar, a todo o custo, manter uma fasquia do seu défice comercial com Beijing, o que para analistas terá os seus efeitos sobre a influência do dólar, no mundo.
A tentativa, de pretender reduzir o défice comercial, vai permitir que a China tenha poucos dólares e assim a ser, Beijing vai optar por recorrer a outro sistema não baseado em dólar.
Por exemplo, tem-se falado nos corredores políticos e fóruns económicos que a China e a Rússia poderão usar uma nova moeda lastreada em ouro, mesmo que haja vozes que garantam que o dólar está fora de todo o tipo de ameaça.
Aliás, já há indicação de que pelo menos três por cento de carteiras de reserva estão sendo feitas em yuan chinês, o que pode enfraquecer, de alguma forma, a hegemonia da moeda norte-americana.
Recorde-se, entretanto, que o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que o dólar estava em declínio como moeda de reserva, durante todo este século.
Aquele organismo do sistema do Bretton Woods também lembrou que quando a União Europeia (EU) introduziu o euro, em 1999, pelo menos 71 por cento de reservas de valor mantidas pelos bancos centrais estavam em forma de dólar norte-americano.
Portanto, os que esperavam que o euro iria suplantar o dólar ficaram desapontados, pelo facto da proporção das reservas globais em euro situarem apenas na ordem de 20 por cento, nas últimas duas décadas.
De facto, nenhuma outra moeda estava em condições de se aproximar ao valor detido por dólar, senão vejamos: a libra esterlina situava-se em 4,6 por cento, no terceiro trimestre do ano passado; o yuan, 5,3 por cento, e o renminbi (moeda oficial chinesa) estava na razão de 2,8 por cento, pontuação considerada muito abaixo a considerar que a China é a segunda maior economia do mundo.
Mas a partir de 2021 para cá, segundo o FMI, a situação tende a mudar de forma drástica, sobretudo quando a moeda do país do Tio Samuel começou a abaixar, de 71 por cento para 59 por cento.
Portanto, a grande ameaça que agora o dólar poderá enfrentar é o aumento do valor que o renminbi chinês tem vindo a colher, por conta das sanções impostas pelas nações ocidentais contra a Rússia.
As fontes mostram que, apesar do boicote imposto sobre a Rússia, a Europa continua a adquirir quantidades significativas daqueles recursos.
Outro cenário que parece favorecer a maré contra a hegemonia do dólar reside no facto da China e Índia estarem a incrementar as importações do petróleo e gás da Rússia, usando as suas próprias moedas.
O FMI diz ainda que a quota de mercado do dólar diminuiu significativamente, nas últimas décadas, para 12 por cento, o que levou a que esta moeda baixasse de 71 por cento para 59 por cento.
Maputo, ooo Abril de 2023 (Imbondeiro News)
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