Kapenta fonte segura de nutrientes, proteínas e vitaminas

 Kapenta fonte segura de nutrientes, proteínas e vitaminas

O peixe kapenta, produzido na albufeira de Cahora Bassa, na província de Tete, é considerado elemento vital para a saúde humana, sobretudo das crianças e mulheres grávidas, ao dispor uma variedade de proteínas, vitaminas e minerais.

Várias pesquisas sobre este assunto indicam que o inadequado consumo de aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais, associado ao reduzido crescimento e fracas funções imunológicas e crescente mobilidade e mortalidade de crianças, causada por surtos de sarampo, diarreias, infecções parasitárias, incluindo doenças relacionadas com o HIV/Sida e tuberculose, pode ser reparado com o consumo regular da kapenta.

O peixe kapenta, muito procurado na África do Sul, Malawi, República Democrática do Congo (RDC), Zâmbia e Zimbabwe, joga papel de revelo na saúde humana, por dispor, segundo as pesquisas, 72 por cento de proteínas, 280 por cento de vitamina B12 e 72 por cento de ferro.

O African Journal of Food, Agriculture, Nutrition and Development escreve que a introdução de 10 a 20 gramas do peixe kapenta seca na dieta das crianças pode satisfazer os requisitos nutricionais, incluindo em minerais (zinco, cálcio, iodine, ferro), vitaminas B12, ómega 3 e ómega 6.

A fonte argumenta que a kapenta, também conhecida por sardinha do Lago Tanganyika, garante o crescimento saudável de crianças e pode reduzir a contaminação de doenças.

Foi introduzido nas águas do Zambeze, inicialmente na barragem de Kariba (entre Zâmbia e Zimbabwe, em finais de 1960) e depois em Cahora Bassa (em Tete, já na década de 1970), a partir do Lago Tanganyika.

O seu consumo regular é recomendado por varias instituições, entre as quais o Centre for Coordination of Agricultural Research and Development in Southern Africa (CCARDESA- sigla inglesa).

Em coordenação com o Secretariado da SADC, o CCARDESA sustenta que o peixe, com destaque para a kapenta, devia estar no menu das populações da África Austral, por contribuir na redução de focos de fome e subnutrição, na região.

Citando o Departamento de Farmácia da Universidade de Ruanda, a publicação Chemical Sciences Journal refere que este peixe é muito saudável, por conter ricas proteínas, baixo nível de gorduras saturadas e elevado teor de ácidos de gordura ómega 3 e ómega 6.  

Apesar da sua importância na nutrição e saúde, esta espécie é pouca conhecida em Moçambique, o que pode justificar o fluxo de estrangeiros na albufeira de Cahora Bassa, onde acabam exportando ilegalmente deste produto para os seus países.

Em Dezembro de 2022, foram apreendias cinco toneladas de kapenta que estavam a ser exportadas ilegalmente para o Zimbabwe. Além disso, 72 embarcações deste pescado foram apreendidas, em 2019.

A sua captura começou em 1992. De lá para cá, tem contribuído para as receitas do Estado. Operam no ramo da kapenta empresas semi-industrial e artesanal de congoleses, moçambicanos, sul-africanos, zambianos e zimbaweanos, movimentando um universo de 4.000 trabalhadores, entre homens e mulheres.      

Tete, … jan 2022 (Imbondeiro News)

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