LAM e TMcel em risco de colapso – admite Magala

Entre críticas dirigidas pela oposição ao governo, o ministro moçambicano dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, admite que as empresas públicas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) e de Telecomunicações “Mcel” podem estar à beira do “colapso” se não houver medidas imediatas e urgentes para a sua recuperação financeira.
Numa sessão de respostas do governo às perguntas dos deputados da “Assembleia da República” (AR), o ministro Magala, advertiu que a transportadora aérea da bandeira nacional e a empresa TMcel enfrentam risco de “colapso” se não forem tomadas medidas para a sua recuperação financeira.
Citando um relatório internacional pedido pelo governo, Magala descreveu a situação da LAM como preocupante, sublinhando, em diante, que sem haver uma intervenção adequada, a empresa pode estar à beira do “colapso”.
Baseando-se no mesmo documento, ele disse que, caso não haja medidas urgentes, “só há três vias: liquidação, falência controlada ou privatização”.
A oposição criticou ainda a decisão do governo de ter contractado uma empresa sul-africana, a Fly Morden Arc, para a gestão da LAM, sem, no entanto, um concurso público.
A bancada da RENAMO, a principal força na oposição no país, indicou que a empresa não é confiável, nem sequer tem experiência no mercado, enquanto para o “Movimento Democrático de Moçambique” (MDM), faltou a transparência na selecção da empresa gestora da companhia.
O ministro Magala justificou que foram contactadas várias companhias aéreas de reputação internacional, mas nenhuma delas mostrou-se interessada em tomar a LAM ou fazer parcerias.
Portanto, para evitar o “colapso”, segundo Magala, o governo recorreu à empresa sul-africana Fly Modern Arc para uma gestão conjunta, visando a sua estabilização.
A LAM registou, somente em 2022, perdas no valor de cerca de 75 milhões de dólares norte-americanos.
Quanto à TMcel, o governante indicou que a empresa perdeu a capacidade de honrar com os seus compromissos no mercado e tem dificuldades em pagar salários aos cerca de 1.700 trabalhadores.
A TMcel carrega uma dívida global acumulada, na ordem de mais de 400 milhões de dólares norte-americanos, com tendência de se agravar e a sua receita está em progressivo declínio.
Devido à esta situação, um estudo aconselhou ao Executivo a venda de mais de 80 por cento dos activos da empresa, redução da mão-de-obra e assunção da divida pelo Estado, com vista a atrair um parceiro estratégico, que ajude a sua recuperação.
Imbondeiro News
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