Mais países com intenção de querer aderir ao bloco BRICS

O grupo de países constituído por Brasil, Rússia, India, China e África do Sul (BRICS) prevê acomodar, ainda este ano, novos membros, uma vez que muitos países, sobretudo africanos, asiáticos e latinos americanos, têm vindo a apresentar pedidos para formalmente se juntarem ao bloco,
O embaixador da África do Sul no grupo BRICS, Anil Sooklal, afirma que estão em curso discussões, visando rejeitar ou aceitar os pedidos de vários países, porque tudo vai depender muito mais do seu desempenho económico.
Sooklal diz que se forem aceites as candidaturas desses países, obviamente que o grupo tornar-se-á BRICS+ até finais de 2023, o que, segundo ele, fará com que a aliança se torne cada vez mais forte e robusta no mundo.
Em entrevista à Tv BRICS, Sooklal considerou de positiva a resposta a ser dada a candidaturas desses países que procuram juntar-se ao bloco, sublinhando, entretanto, que “até aqui, são ao todo 13 países da África, América Latina e Ásia que manifestaram formalmente o interesse em se tornarem membros da aliança”.
A ideia desses países é de quererem se afastar do dólar norte-americano nas suas transações globais, através da criação de uma nova moeda, um processo que está a ter apoio da comunidade internacional.
Essas nações, maioritariamente em vias de desenvolvimento, querem pôr fim à sua dependência em relação ao dólar norte-americano, o que, para Sooklal, é uma notícia positiva para o grupo, pois demonstra claramente a confiança do global sul na liderança da “nossa associação”.
Entretanto, o dólar é tido como estando de rasto, não por causa do BRICS, mas por haver um grupo de países, sobretudo da região do Médio Oriente, que se “prepara para um mundo global mais multipolar, no qual estará bem posicionados para actuar, quer dentro, quer fora das zonas dolarizadas”.
Dentre esses países, aparece o Iraque que, recentemente, começou a fazer negócios com a China usando o Yuan, enquanto os Emiratos Árabes Unidos pensam em rupia indiana para comercializar seus produtos com a Índia.
O Egipto, que negociava em iene, também quer recorrer ao yuan chinês. A Arábia Saudita está a avaliar se pode vender ou não o seu petróleo em euro, yuan e outras moedas. O Quénia também consta da lista desses países e está já a adquirir o petróleo do Golfo Pérsico usando a sua própria moeda.
Portanto, o abandono ao dólar, apesar de se fazer a passo de camaleão, parece estar a aproximar-se à ideia do alargamento do bloco BRICS, uma vez que países como Egipto, Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos, Argélia e Bahrein já pediram formalmente a sua adesão ao grupo.
Na mesma senda, a Bloomerg refere que o dólar corresponde hoje a 58 por cento das reservas estrangeiras oficiais, isto menos do que os 73 por cento, de 2021. Nos finais dos 1970, este dado era de 85 por cento.
Na região do Golfo Pérsico, muitos países têm ainda moedas atreladas ao dólar, mas tudo indica que o “factor Ucrânia” leva a essas nações a estarem em estado de alerta, segundo o cientista político, Daniel McDonald, da Universidade norte-americana de Syracuse.
McDonald entende que quanto mais Washington usar o dólar como arma de política externa, mais países vão recorrer a outras moedas nas suas transações internacionais.
No meio de todo este cenário de alarme, aparece a directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, a aconselhar para não haver uma viragem brusca ou precipitada contra a moeda do país do Tio Samuel, tendo em conta o seu poder económico nos mercados internacionais.
Imbondeiro News
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