Al Jazeera denuncia ‘mafia de ouro’ em alguns países da africa austral

 Al Jazeera denuncia ‘mafia de ouro’ em alguns países da africa austral

Uma investigação conduzida recentemente pela rede noticiosa televisiva ‘Al Jazeera’ denuncia a forma como são realizadas operações de contrabando de ouro, bem como expõe grupos que se envolvem no processo da lavagem de somas de dinheiro, em alguns países da África Austral,

‘Gold Mafia’ é o título de um seriado produzido pela unidade de investigação desta rede televisiva, baseando-se em vários documentos de operações clandestinas, que abrangem três continentes.

Milhares de documentos, na posse da Al Jazeera, também mostram como certos funcionários públicos e homens de negócios ganham fortunas pela circulação ilegal de ouro, ao longo das fronteiras.

A fonte revela a forma como é que esta riqueza, avaliada em biliões de dólares norte-americanos, é contrabandeada todos os meses do Zimbabwe para Dubai, nos Emiratos Árabes Unidos, permitindo grupos de criminosos lavarem somas de dinheiro, através de facturas falsas de pagamento a alguns funcionários, feitos por várias companhias.

Diz que a rede inclui milionários, um deles teria sido acusado de arruinar um banco no Quénia, através desses mesmos esquemas envolvendo ouro, também usado na lavagem de biliões de dólares.

Entretanto, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou há dias que está, em curso no país, uma investigação envolvendo várias pessoas que alegadamente são mencionadas de estarem envolvidas num contrabando de ouro e em esquemas de lavagem de dinheiro.

Na pesquisa, a Al Jazeera fala de uma mulher, de nome Mohamed Khan, mais conhecida pela alcunha Mo Dollars, como sendo figura principal neste processo.

Entre os grandes clientes de Khan, segundo avança Al Jazeera, está um tal Simon Rudland, milionário zimbabwiano e proprietário da maior companhia de tabaco na região, a Gold Leaf Tobacco.

Revela que Rudland terá autorizado a companhia de Khan, a SALT Asset Management, a fazer transações de câmbio, em nome da Gold Leaf. Khan, também proprietária de uma outra empresa, a PKSA Group.

No processo, segundo a nossa fonte, foram usadas facturas falsas de empresas e contas bancárias, com vista a garantir lavagem de centenas de milhares de dólares norte-americanos para contas bancárias em vários países, como Emiratos Árabes Unidos, Maurícias e Suiça.

Entretanto, para que este processo não fosse questionado ou descoberto no sistema financeiro sul-africano, Khan teve que recorrer a subornos a alguns funcionários nos dois principais bancos sul-africanos – Standard Bank e Absa, bem como Sasfin, que está mais focado a negócios de pequena escala.

Analisando livros de contabilidade, Al Jazera detectou o pagamento mensal feito em dólares a esses mesmos funcionários, em valores não mencionados.

Outros documentos e entrevistas feitas por este canal televisivo revelam transações ilícitas e duvidosas, que eram processadas na presença desses funcionários.

Conclui, indicando que eles eram pagos para garantir que toda a papelada da PKSA e Salt Asset Management aparecesse limpa e tivesse a sua devida aprovação, enquanto para o caso de Sasfin, os subornos eram feitos para destruir transações fraudulentas do seu sistema online.

Imbondeiro News

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