Moçambicano detido pela quarta vez consecutiva em conexão com caça furtiva de rinocerontes na vizinha África do Sul

 Moçambicano detido pela quarta vez consecutiva em conexão com caça furtiva de rinocerontes na vizinha África do Sul

Um moçambicano, de nome Odis Maluleke, foi detido, há dias, numa taverna de kaBokweni, perto da Reserva Nacional de Kruger, na região de Mpumalanga, a oeste da província de Maputo, quatro anos depois de se ter evadido das autoridades policiais e três vezes de não puder comparecer em tribunal, para responder por alegações acerca do seu envolvimento na caça furtiva de rinocerontes, no país.

Anunciando o facto, o porta-voz da Polícia na província de Mpumalanga, Brigadeiro Selvy Mohlala, disse que a corporação acabou por neutralizar o caçador furtivo de rinocerontes mais procurado no país.

Maluleke, de 47 anos, caiu em poder dos agentes da lei ordem pela sua quarta vez consecutiva, no passado dia seis de Maio. Ele andava a monte, nos últimos quatro anos, e a sua recaptura foi graças a informações recebidas da população local.

Entretanto, citando um comunicado da Polícia, o jornal sul-africano Pretoria News escreve que Maluleke foi detido, pela primeira vez, em 2015, com outros três indivíduos, todos de nacionalidade sul-africana.

Na altura, ele tentava entrar, com os três sul-africanos, na Reserva de Kruger, a maior colónia de rinocerontes no mundo. A polícia descobriu que os quatro homens tinham, na sua posse, uma espingarda, 12 cartuchos de munições vivas e uma enxada.

Maluleke foi posto em liberdade mediante pagamento de uma caução de 200 mil randes (cerca de 68 mil meticais). As autoridades policiais emitiram uma ordem de captura contra Maluleke, após ele não comparecer outra vez em tribunal por alegações sobre o abate ilegal de rinocerontes.   

No entanto, este nacional viria a ser detido outra vez, já em 2019, também na companhia de outros três sul-africanos. Os três (sul-africanos) não eram os mesmos detidos com Maluleke, em 2015.

Segundo Mohlala, o grupo foi encontrado com dois cornos de rinocerontes, uma arma de fogo, cinco cartuchos de munições vivas e uma faca.

Sucede, no entanto, que os três sul-africanos pagaram uma caução de três mil randes, cada, enquanto Maluleke, 30 mil randes. Dessa vez, ele também conseguiu evadir-se, o que levou as autoridades policiais a anunciarem uma outra ordem de captura.

Portanto, agora outra vez atrás das barras, Maluleke deverá comparecer ainda este mês (Maio) perante o Tribunal Regional de Mhala.

No comunicado, a Polícia de Mpumalanga revelou ainda que uma sul-africana, que vinha envolvendo-se nesta ilícita actividde, também na Reserva Nacional de Kruger, foi condenada há dias a uma pena de 16 anos de prisão pelo Tribunal Regional de Skukuza. Trata-se de Thembi Jiliergirl Mangane, que já recolheu ao calabouço.

Outros dois indivíduos, também de nacionalidade sul-africana, encontram-se sob custódia policial, na cidade de Ermelo, também na província de Mpumalanga, após os mesmos caírem sob a alçada policial, em conexão com a posse de chifres de rinocerontes, avaliados em 876 mil randes.

A caça ilegal de rinocerontes tem vindo a aumentar nos últimos tempos na região de Mpumalanga, onde, segundo ambientalistas e ONGs, foram abatidos 341 rinocerontes, apenas em 2021.

A International Rhino Foundation refere que uma vez a Reserva de Kruger se localiza à volta de comunidades empobrecidas e, devido à essa sua vulnerabilidade, são atraídas por cartéis internacionais para cometerem actividades ilícitas.

A organização Save Rhino indica que essas redes de criminosos vendem um quilo de corno de rinoceronte, no mercado negro, entre 60 mil e 80 mil dólares norte-americanos (entre 204 mil meticais e 276 mil meticais).

Maputo, Maio 2023 (Imbondeiro News)

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