Delloite prevê que as reservas de gás natural arrecadam receitas de 100 mil milhões de dólares

Foto de Roberto Paquete/DW
Categoria: Negocios
A empresa internacional de consultoria Delloite acredita, no seu relatório anual de 2024, que as reservas de gás natural poderão fazer de Moçambique um dos 10 maiores produtores mundiais e responsável por 20 por cento da produção de África, até ao ano de 2040.
O documento, que aborda as perspectivas energéticas de África e dedicando-se particularmente a Moçambique, aponta que este país poderá “contribuir de forma significativa para as necessidades energéticas mundiais, durante o período de transição energética e estabelecer capacidades em toda a cadeia de valor das energias renováveis”.
O relatório, citado pela DW, destaca que “a transição para as energias renováveis apresenta uma oportunidade para responder às necessidades energéticas do país, ao mesmo tempo que ultrapassa a adopção de tecnologia e desenvolve cadeias de valor locais e as novas competências para satisfazer estas necessidades da indústria”.
O documento ainda prevê que as reservas do gás natural “tragam ao país cerca de 100 mil milhões de dólares de receitas, ao longo do seu ciclo de vida”.
Salienta, por outro lado, que este país da África Austral tem “uma vantagem competitiva significativa em energias renováveis, com activos hidroeléctricos, como a barragem de Cahora Bassa (2.000 MW) e o “potencial futuro” da hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa (1.500 MW), ambas na província de Tete, “permitindo assim a descarbonização da indústria regional”.
Para além destas potencialidades energéticas, de acordo com o documento, Moçambique também conta um elevado potencial solar”, destacando as centrais instaladas em Mocumba, na província da Zambézia, e Metoro, em Cabo Delgado.
A Delloite acredita que a procura de electricidade pelas famílias moçambicanas venha a aumentar com o ambicioso programa de electrificação, denominado “Energia para Todos”, bem como pelo “aumento do uso obrigatório de bio-combustíveis”.
Conclui que o país poderá tornar-se um centro energético na região da SADC, se tomar medidas eficazes, como a definição “de um plano estratégico para cada fonte de energia”, o desenvolvimento das “cadeias de valor e indústrias locais ligadas às energias renováveis e produtos associados”, a atracção do sector privado e a promoção da liberalização económica e modificações ao quadro jurídico.
Para a Delloite, Moçambique precisa de definir uma estratégia para navegar na descarbonização dos mercados globais e da sua própria economia e como se posicionar nas diversas cadeias de valor, vendendo energia e outros produtos e serviços de valor acrescentado, ao invés de vender apenas os produtos associados, como o gás, o carvão e os minerais raros.
Imbondeiro News
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